O lento avanço das mulheres na liderança

Pesquisa do IBGC mostra que discurso anda mais rápido que a equidade

0

Os discursos e as discussões referentes à igualdade de gênero nos cargos de liderança das grandes empresas parecem estar andando mais rapidamente do que a efetiva implementação da igualdade de oportunidades para as pessoas. As mulheres ocupam apenas 15,2% dos cargos de diretoria, conselho de administração e conselho fiscal das 389 companhias de capital aberto que fizeram parte da 3ª edição da pesquisa Análise da participação das mulheres em conselhos e diretorias das empresas de capital aberto – 2023, realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).


A Capital Aberto vai realizar o evento online e gratuito “Da teoria à ação: como promover a inclusão e implantar políticas efetivas pró-diversidade nas empresas”. Inscreva-se!


Os dados se referem a 2022. No ano anterior, a participação feminina nas altas esferas de decisão das empresas estava em 14,3% e, em 2021, 12,8% – indicando um lento avanço.

Pela pesquisa do IBGC, 17,5% das companhias não possuíam nenhuma mulher nos conselhos fiscal e de administração ou na diretoria (percentual que equivale a 68 empresas listadas). Outra constatação é que o desempenho das empresas do Novo Mercado – segmento de listagem da bolsa como mais exigências de governança corporativa – foi praticamente igual ao das companhias do segmento básico: no primeiro, as mulheres ocupavam 16,5% dos cargos de administração e, no segundo, 16%. No Bovespa Mais, segmento de acesso a pequenas e médias empresas à bolsa, a participação é a mais expressiva, com 17,1%.

“Esse baixo percentual de mulheres em posições de liderança é observado em todas as companhias, independentemente do tipo de controle acionário ou do segmento de negociação. Observa-se também que a eleição via controlador não é um instrumento que alavanque a indicação de mulheres para essas posições”, conforme o estudo. Com relação ao tipo de controle, o levantamento mostrou que a participação feminina na liderança é maior em empresas estrangeiras (com 18,8%). Em seguida, vêm as companhias de controle estatal (16%) e, por fim, privado (14,9%).

A participação feminina em conselhos de administração nas companhias integrantes do Índice Bovespa (Ibovespa) estava em 16% em 2020, conforme pesquisa  realizada pela consultoria Comdinheiro.

Deixe uma resposta

Seu endereço de e-mail não será publicado.