Pagamentos digitais e Pix podem pressionar bancos

Expectativa é de continuidade da expansão intensa das operações que prescindem do dinheiro em espécie

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O ano de 2020 terminou com as primeiras experiências dos brasileiros com a possibilidade de fazer transferências de dinheiro entre instituições financeiras por uma via mais rápida e menos custosa que os tradicionais TEDs e DOCs. O Pix, sistema de transferências capitaneado pelo Banco Central, opera há dois meses e faz parte de um movimento mais amplo de adesão dos clientes a experiências fora dos bancos tradicionais.

Parece um caminho sem volta a expansão dos pagamentos digitais no País —e sem dúvida eles foram impulsionados pela necessidade de isolamento social e pelo consequente avanço do e-commerce durante a pandemia. Estudo da consultoria Accenture projeta crescimento de cerca de 80% nos pagamentos digitais no Brasil até 2026. Esse percentual representa um salto, em termos de volume, de 360 bilhões de dólares para 650 bilhões de dólares. As cifras são gigantescas, mas considerando o movimento global o Brasil ainda estaria com um grande campo a ser explorado, até chegar ao ponto em que o dinheiro em espécie viraria peça de museu.

De acordo com a pesquisa, na China, por exemplo, os pagamentos digitais estão tão adiantados que 76% das transações financeiras no país em 2019 saíram de carteiras digitais, ante um percentual incipiente de 12% em 2014. Chineses em geral usam aplicativos ou QR codes para fazer seus pagamentos cotidianos.

A transição para um modelo amplo de pagamentos digitais requer das instituições financeiras plena capacidade de adaptação de sistemas e processos, o que pode ser um monumental desafio para bancos enormes como os que há décadas dominam o mercado brasileiro. Na ponta oposta, numerosas fintechs já surgem com a agilidade que o mundo digital demanda. Os próximos anos no segmento de pagamentos, portanto, têm tudo para ser de confronto ou acomodação dessas duas forças.

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