Oferta de privatização da Eletrobras é concluída com grande interesse

Ao todo, cerca de 370 mil investidores participaram por meio de fundo mútuo de privatização

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No último dia 14, a Eletrobras, maior companhia brasileira do setor elétrico do País, deixou de ser controlada pelo governo. A privatização se deu por meio de uma oferta subsequente de ações, que movimentou 29,3 bilhões de reais, valor que poderá subir para 33,7 bilhões de reais se todo o lote suplementar de ações for comprado. Trata-se da maior oferta de ações da bolsa brasileira desde a megacapitalização da Petrobras, que levantou 120 bilhões de reais em 2010. Considerando a venda integral do lote suplementar, a participação da União no capital da empresa será de 29% — outros 3,9% permanecem com o BNDESPar e 4% com o BNDES. Os números ainda estão sujeitos a ajustes. 

Foi grande a demanda dos investidores pessoa física pelas ações da empresa, via fundo mútuo de privatização (FMP-FGTS Eletrobras), que permitia a aplicação de até 50% do saldo das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nos papéis. Como as intenções de compra totalizaram 9 bilhões de reais, mas o governo havia estabelecido um limite máximo de 6 bilhões de reais para uso do FGTS, houve rateio e os investidores receberam 66,8% do valor que reservaram. Ao todo, cerca de 370 mil investidores participaram da oferta por meio dos FMPs. 

A privatização da Eletrobras veio acompanhada de uma pílula de veneno. Apelidada de cláusula anti-Lula, seu objetivo é assegurar que a companhia manterá o capital disperso, diminuindo as chances de que um próximo governante tente reverter o processo de privatização. A poison pill prevê que, se um investidor adquirir 30% das ações ordinárias e mantiver essa participação por mais de 120 dias, terá que fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para todos os demais acionistas, pagando pelos papéis 100% a mais que a maior cotação nos últimos 504 pregões. A dose de veneno aumenta a partir de participações maiores. Se ela superar 50%, o ágio da OPA sobe para 200%.

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