Conselheiros demandam maior diversidade nos boards

Temporada de assembleias é oportunidade para companhias reforçarem essa pauta

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Daqui a pouco mais de um mês estará em andamento a temporada 2021 de assembleias gerais ordinárias das companhias abertas brasileiras. Nesses encontros, em geral, uma das pautas é a eleição para conselheiros administração, figuras essenciais no desenho das estratégias das empresas. Neste ano, mais uma vez um movimento prévio aos encontros tem chamado a atenção. Um grupo de conselheiros de administração continuará pleiteando maior diversidade nos boards, como tem feito de maneira consistente pelo menos desde 2012.

Em tempos marcados pela pressão de gestores de recursos e investidores em torno de questões ESG (fatores sociais, ambientais e de governança), o pleito está mais do que na ordem do dia. O grupo de “ativistas” em prol da diversidade em 2021 reúne nomes como Louise Barsi, Robert Juenemann, Rachel Maia, Marcelo Gasparino e Heloísa Bedicks. A ideia é apresentar aos acionistas a relevância da diversidade — como de gênero, étnica e de orientação sexual — para uma certa oxigenação das posições defendidas nos conselhos.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Gasparino destacou que a pressão do grupo culminou na eleição de uma mulher para conselho em 2012. Depois, continua, foram duas em 2013, duas em 2014, uma em 2015, duas em 2016, três em 2017, cinco em 2018, quatro em 2019 e quatro em 2020. Segundo ele, a meta para a temporada de assembleias deste ano é a eleição de cinco mulheres, sendo uma negra e uma representante do movimento LGBT+. Gasparino hoje é conselheiro independente de companhias como Vale e Petrobras.

Em 2021, entre os membros do grupo concorrerão a cadeiras em conselhos de administração de companhias abertas Maia (para o Banco do Brasil), Bedicks (Klabin), Juenemann (AES Tietê) e Barsi (Santander e Klabin).

A demanda por maior diversidade nos conselhos conta também com o impulso de outros agentes relevantes, como a B3, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a International Finance Corporation (IFC), a SpencerStuart e a Women Corporate Directors (WCD). O grupo, batizado de Programa Diversidade em Conselho, recentemente divulgou uma carta em que convida o mercado a refletir sobre as indicações que serão feitas para os boards neste ano. Propõe, ainda, que os acionistas aproveitem a oportunidade da renovação dos conselhos nas assembleias para intensificar a diversidade. O grupo se dispõe a contribuir com a busca por mulheres com o perfil desejado para as posições a serem preenchidas.

 

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